Torpor

O som da furadeira do vizinho invadiu meu sono como uma britadeira, a vassoura fustigou os meus ouvidos com um barulho agudo e infernal, trazendo um azedume aos dentes como tivessem sido lixados naquele momento , eu mal sabia se essas sensações eram reais ou faziam parte da minha fantasia noturna. Não tive tempo de saber. Se pelo menos fossem sonho, o estorvo passaria mais rápido, apesar de contaminar o dia inteiro com lembranças  macabras, que não fariam o menor sentido. O sonho não me deu a possibilidade de questionar nada nem ninguém, eram imagens disparadas que atingiam o projetor interno do meu cérebro, o tempo de consultar minha memória na esperança de reconhecer algumas delas, era menor do que o intervalo entre uma face e outra. Então, eu me furtava a atirar para o alto , espantar todo tipo de medo, sentar na minha poltrona e ouvir o único som que não era de furadeira e nem de vassoura. Blossom Dearie tocando um Jazz no limiar do audível era o que me acalentava.

O Insanoscópio

O blog não tem estilo literário definido, nem assuntos limitados. Vamos falar de tudo e de nada; do velho e do novo; do engraçado e do sério. Ainda assim, vocês vão perceber o estilo de cada escritor de forma muito clara. Lê quem quer ler. Divulga quem curte e acompanha a gente. Se somente nossos amigos acessarem, estaremos no lucro.

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