DESPERTAR!

Acordar, se deparar com um céu desnudo, sentir em sua pele os raios de sol que ainda no alvorecer do dia te aquecem seguido de uma suave brisa trazendo consigo o arrepio e a sensação de proteção divina. Você então sorri e diz: “obrigada, Senhor! Obrigada porque sabemos que esse amor que nos faz transbordar de alegria é uma graça Tua”.

Conheço pessoas que todos os dias acordam de mau-humor, desligam o despertador e suspiram imaginando levantar, sair de casa e pegar o engarrafamento na paralela, chegar ao trabalho e aturar o chefe, na faculdade os professores… “mais um dia árduo de sacrifícios” e assim começam o dia com todo esse pessimismo, sem muitas vezes nem perceber isso. Imagino como seriam os meus dias se todas as manhãs eu entrasse nessa capa de enfado antes mesmo de levantar da cama. Talvez ela se tornasse tão pesada que eu não conseguira tirar ao longo do dia.

Começar o dia é começar de novo, é a página em branco que Deus nos dá para que já com as forças renovadas nós possamos escrever belas linhas que constem muita aventura e amor. Um dia onde você irá enfrentar os vilões (professores e chefes); vencer as forças do mal (perseguições); ultrapassar a lebre (obstáculos); recusar os doces e as maçãs (tentações); dar uma de Robin Wood (fazer boas ações); escalar castelos (ir além); resgatar princesas (ajudar amigos); e por fim salvar o dia (conseguir chegar em casa bem humorado).

Para obter êxito nessa jornada devemos acordar dispostos a conquistar, nos despojando da ira, da malícia, das palavras torpes, da mentira, dos maus costumes. Agindo com misericórdia, humildade, longanimidade, benignidade, revestindo-nos de amor, sendo esse o vínculo da perfeição assim como Deus nos ordenou. Se pararmos pra pensar que o simples fato de abrirmos os olhos mais uma vez já é uma dádiva do Senhor para conosco, ainda que por isso nada merecêssemos, não acordaríamos resmungando. Por isso continuo a dizer que enquanto alguns esperam por motivos pra sorrir eu preciso de muitos para chorar (quando assim for por tristeza). Quero acordar e dizer: “Ontem foi um bom dia! Hoje, será bem melhor!”. O que vai ter escrito nas linhas do teu conto?

Azul clichê



Nesse último domingo, as pessoas que estiveram entre a Linha do Equador e o Polo Sul ou Norte do planeta Terra puderam assistir a um espetáculo da Lua cheia. Ela surgiu indiscretamente e  - linda - prosseguiu sua jornada como havia de ser.

E, como havia de ser, nasce outro dia com o intenso brilho do Sol que surge sobre o mar ou por entre prédios, nuvens e montanhas.

A fascinante beleza desses fenômenos e do azul, entretanto, dispensa mais comentários. Dispensa mesmo, pois isso tudo já é mais que clichê. Está batido nas mais belas e populares canções de amor, nos filmes mais românticos e nas conceituadas revistas de decoração.

Então, faz-se das coisas reais a ilusão de um romance azul ideal, onde a beleza reside no que é perfeitamente puro, azul como o céu e lindo como a luz do luar. As expectativas se tornam previsíveis e padronizadas, e tudo acaba se reduzindo ao desejo de ver e ter o que é perfeito, clichê.

Essa obsessão pela aparência clichê impede a percepção da grandeza que há na beleza da simplicidade. Na simplicidade do céu numa noite escura, por exemplo...




Deixa eu te contar uma história...

Esses dias eu estava dentro de um ônibus e lembrei o momento em que tive que escolher em que faculdade eu iria estudar. Fiquei pensando o quanto essa escolha mudou a minha vida, e tentando imaginar como poderia ser o diferente. Pra mim é quase imensurável.

Na época talvez eu não tivesse tanta noção do quanto isso influenciaria em todas as outras áreas da minha vida, ainda assim foi muito difícil optar por uma, partindo do ponto de que ambas eram muito bem vistas por mim. Eu deveria então estabelecer novos critérios para que eu pudesse ponderar as vantagens e desvantagens. Foi incrível como tudo na época favorecia a minha atual faculdade, coisas mínimas como o atendimento na recepção.

Mas voltando ao trajeto no ônibus, eu fiquei pensando como seria a minha vida sem as pessoas que hoje fazem parte dela e que conheci lá, é angustiante não saber como seria o diferente, mas ao mesmo tempo, mesmo sem saber o outro lado, tenho certeza da escolha certa. Certeza que só é possível porque antes de qualquer critério estabelecido por mim, eu pude colocar “minha” decisão nas mão de Quem sabe melhor do que ninguém o caminho em que devo seguir (Pv. 16.25). Eu sei que essa sim foi a maior e melhor escolha que já fiz.

Diante de toda essa reflexão, passei a semana pensando como seria se pudéssemos parar completamente o tempo em alguns momentos e analisar todas as escolhas que fizemos até aqui e as que estão em nossa frente só esperando a nossa ação.

Há todo momento somos convidados às escolhas e renuncias. Que possamos escolher com sabedoria... o fato que eu trouxe é aparentemente mais “sério” ou “importante” do que como por exemplo, escolher sair 10min. mais cedo ou mais tarde de algum lugar. No meu ponto de vista a diferença está apenas em que a primeira é visivelmente um fator de grande influência na vida, o que não quer dizer que os 10min. também não sejam.

Não deixe que a sensação de arrependimento permeie o teu coração, que a angustia da duvida se instale na sua vida.

A nossa vida diante das escolhas é como uma bola de neve, ainda que “rolemos” para o lado inverso, estaremos sempre acumulando mais neve.

A casa dos pássaros


Bonito, não é? Mas não é meu não. 

Como somos vistos e Como queremos ser


Há dois anos , no mundo inteiro, estourou uma crise financeira. Fruto de uma bolha de especulação no ramo dos imóveis nos EUA. Os Americanos, por causa do crédito fácil, compravam o que não podiam pagar, superaquecendo o mercado sem a liquidez necessária.  Nós brasileiros passamos com poucas sequelas por essa crise, mas sofremos com outra bolha. A autoestima.

Depois de 16 anos de desenvolvimento e exposição da boa imagem dos brasileiros, nosso país deixou de ser apenas  do samba e do futebol. Passamos a vencer em outros esportes, sermos reconhecidos em outros tipos de arte, e começamos a exportar nossa cultura.  Sentimos orgulho dos nossos grandes empresários, da nossa economia (temos o sétimo maior PIB). WOW! Somos membros do Conselho de Segurança da ONU. Isso tudo deixa o povo de nossas bandas cada vez mais feliz com seu estado. Nos sentimos pequenos Eikes agora.

Aí vem um filmezinho legal chamado Rio. Que mostra araras azuis americanas e um povo Brasileiro hospitaleiro, feliz, malandro e amante do samba, como nos velhos clássicos dos anos 50 (Orfeu Negro, os musicais de Carmem Miranda e etc.), quando o brasileiro só tinha isso pra mostrar. Aí vem a crise da autoestima:  “Ah! Nós brasileiros temos muito mais pra mostrar do que malandragem e samba.“ Pois é, mas não é isso que vemos nesse vídeo:

 http://www.youtube.com/watch?v=xNyvpPhFKBE

Não vou ser chato o bastante pra dizer que isso não foi engraçado, mas o coitado do japa até hoje deve gritar “piru pequeno” quando vê Zico na TV. O brasileiro médio, apesar das mudanças econômicas, continua com a cabeça muito parecida com aquele dos Clássicos. Substituímos ou incrementamos algumas coisas. Trocamos o samba pela ”surra de bunda”.  A malandragem continua a mesma coisa. Estacionamos em vagas de deficientes, furamos filas, enfim, saímos orgulhosos quando burlamos alguma regra impunemente.  A mídia que idolatrava o lance de Nilton Santos na copa de 58 (quando ele comete a falta e dá dois passos pra fora da área pra dizer que não foi pênalti) parece ser a mesma que hoje repete esse lance em todo primeiro de abril como se fosse símbolo da esperteza do povo verde-e-amarelo.



A imagem política criada lá fora formou uma bolha de autoestima no brasileiro. Somos mais fortes, mais ricos, mais potentes, mas continuamos com a mesma cabeça do malandro Grande Otelo. Pobre, sambista, feliz e que usa a malandragem pra ter tudo aquilo que nós já conseguimos.

O Insanoscópio

O blog não tem estilo literário definido, nem assuntos limitados. Vamos falar de tudo e de nada; do velho e do novo; do engraçado e do sério. Ainda assim, vocês vão perceber o estilo de cada escritor de forma muito clara. Lê quem quer ler. Divulga quem curte e acompanha a gente. Se somente nossos amigos acessarem, estaremos no lucro.

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