Há muito tempo sem acompanhar novelas, mas neste sábado, casualmente, assisti ao final da novela Passione da Rede Globo.
A emissora traz uma série de questões e problemas sociais como pedofilia, drogas, corrupção, traição, mentiras, o que acaba funcionando como um serviço de utilidade pública, ao fazer as pessoas se indignarem com os acontecimentos.
O que talvez não fique evidente para a massa entorpecida pela trama é a sutileza com que esses assuntos se tornam normais, criando padrões de comportamento (por imitação), levando as pessoas a agirem de forma que a exceção se torne a regra geral. Isso se dá pela inversão dos valores morais, éticos, também distorcendo os valores da família e do casamento. Um exemplo do desprezo por estes valores fica patente na normalidade da bigamia como solução alternativa nestes tempos de infantilização das relações, quando o adulto se sente impossibilitado de fazer escolhas, e como resposta, não consegue abrir mão de uma parte.
É óbvio que a superexposição de alguns temas acaba gerando uma falta de sensibilidade onde o mundo da fantasia passa a ser tão ou mais vibrante que o mundo real, uma vez que as novelas expõem detalhes que, mesmo inverossímeis, fazem parte da agenda de debates semanais. O que parece é que a inversão não é só dos valores da moral e da ética, como também do real e da fantasia. No mundo real, parece que tantas pessoas acreditam em Papai Noel, em políticos corruptos, onde bandidos condenados merecem perdão, já que os Direitos Humanos não são para os humanos direitos. Pouco a pouco uma nova camisa de força se implanta na sociedade enquadrando os temas do “Politicamente Correto”.
Uma das facetas da liberdade é poder dizer não a estas coisas.
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