Nesse último domingo, as pessoas que estiveram entre a Linha do Equador e o Polo Sul ou Norte do planeta Terra puderam assistir a um espetáculo da Lua cheia. Ela surgiu indiscretamente e - linda - prosseguiu sua jornada como havia de ser.
E, como havia de ser, nasce outro dia com o intenso brilho do Sol que surge sobre o mar ou por entre prédios, nuvens e montanhas.
A fascinante beleza desses fenômenos e do azul, entretanto, dispensa mais comentários. Dispensa mesmo, pois isso tudo já é mais que clichê. Está batido nas mais belas e populares canções de amor, nos filmes mais românticos e nas conceituadas revistas de decoração.
Então, faz-se das coisas reais a ilusão de um romance azul ideal, onde a beleza reside no que é perfeitamente puro, azul como o céu e lindo como a luz do luar. As expectativas se tornam previsíveis e padronizadas, e tudo acaba se reduzindo ao desejo de ver e ter o que é perfeito, clichê.
Essa obsessão pela aparência clichê impede a percepção da grandeza que há na beleza da simplicidade. Na simplicidade do céu numa noite escura, por exemplo...