Dominó e borboleta

Guitarrista, cantor e compositor, o britânico Eric Clapton é considerado um dos melhores guitarristas do mundo. Com64 anos de idade e 47 de carreira na bagagem, passou pelo hard rock, pop, reggae, blues-rock, rock psicodélico, mas sua sua verdadeira essência musical jamais deixou de ser o blues. Foi inovador durante as diversas fases da sua carreira e produziu grandes sucessos. É notável que esse cara é um gênio da música e, assim como todo gênio, é alguém complexo. Sua vida pessoal é nada admirável. Na década de 1970 era integrante da banda Derek and the Dominos, fizeram grande sucesso e gravaram um álbum duplo que hoje é considerado a obra-prima de Clapton: Layla and Other Assorted Love Songs. Mas mortes e tragédias marcaram o grupo e na época esse álbum não agradou muito a crítica. Esses e outros fatores contribuiram para que Clapton parasse de tocar, se tornasse um viciado em heroína e se entregasse por completo ao álcool. Fez declarações racistas esteve no centro de diversas polêmicas. Esse post continua, mas só fará sentido daqui pra frente se você assistir a esse vídeo e acompanhar a legenda.


“No dia 20 de março de 1991, às onze horas da manhã, Conor Clapton (com quatro anos e meio de idade) morreu ao cair da janela do 53º andar de um prédio de Nova York. A empregada deixou a janela parcialmente aberta, e Conor caiu no telhado de um prédio adjacente. Ao saber da morte do garoto, ela sofreu um colapso nervoso e teve de ser sedada e hospitalizada.A morte de Conor inspirou Clapton a compor Tears in Heaven que, segundo ele, o ajudou a aceitar a perda. Nunca foi planejada sua publicação, mas foi publicada mesmo assim. A mãe de Conor, Lori Del Santo, recusou-se a escutar a canção.Clapton desde 2004 decidiu parar de executá-la porque é muito emocional para ser executada em público. É uma das músicas mais pessoais de Clapton, mas para surpresa dele, a música virou um hit universal. Ao contrário de seus primeiros trabalhos, essa é uma das canções mais sensíveis e comoventes de Clapton. “-Fonte: Wikipédia.
Clapton passou por centros de recuperação, se recuperou, voltou a tocar… Sua vida continua seguindo. É interessante notar que pelo fato de ter passado por tantas experiências, altos e baixos na carreira e na vida pessoal, tudo que ele fez, sofreu e viveu contribuiu para sua produção artística. E apesar de ser uma referência no rock e no blues, sua música mais famosa não tem muito a ver com o que ele vinha fazendo até então. Não escrevo pra louvá-lo como profissional, essa não é a proposta. Escrevo porque isso me faz pensar no quanto as coisas são imprevisíveis. Se a empregada não tivesse deixado a janela aberta naquele dia, talvez Conor não tivesse morrido tão cedo. Se essa tragédia não tivesse acontecido, a humanidade jamais conheceria Tears in Heaven. Se Clapton não tivesse publicado essa música, eu jamais faria esse post. É tudo meio que um efeito borboleta e dominó ao mesmo tempo e agora. Isso é insano! Fico pensando às vezes como os milésimos de segundo alteram o destino da humanidade ou tão somente da vida de duas ou três pessoas. Você está lendo esse post agora, mas poderia estar na cozinha enquanto a tv está ligada anunciando o show do Buena Vista Social Cub que vai rolar nesse sábado no farol da Barra, aqui em Salvador. Você poderia ouvir o anúncio, assistir ao show conhecer por acaso a pessoal que se casará contigo… Ou não. Vou parar por aqui, sem nenhuma conclusão. Tenho mais o que fazer. Enquanto escrevo aqui poderia estar lavando minhas meias sujas e por isso ganhando passagens pra Disney, quem sabe?

Jehiel Casaes 

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