No caminho de volta pra casa de um maravilhoso jantar, ouvi o meu grande amigo e parceiro desse blog, Kiko, falar, “Um dia as pessoas clamarão pela volta da moral”. Alguns segundos depois de refletir nessa frase, lembrei de uma outra de Nietzsche, “A moral é antinatural”. Procurei explicações do pensador alemão sobre esta afirmação. Ele explica que a moral castra o homem e por isso deveria ser evitada, porque o ser humano tem que ser livre para experimentar o que quiser. “A moral antinatural – ou seja, quase toda moral que até agora foi ensinada, venerada e pregada – volta-se, de modo oposto, contra os instintos vitais: é uma condenação desses instintos, ora secreta, ora explícita e impudente.” Essa afirmação resume bem o pensamento dele. Mas será que a moral é tão maléfica assim? E a imoralidade? Ela é tão positiva como diz o filósofo?
Digo que no pathos que ele vivia tinha certa razão, pois a Igreja católica da época era extremamente controversa e a moral era usada de forma errada pelos mentores espirituais, extirpando do próprio homem o prazer de pensar. Mas hoje, de qualquer forma, Friedrich Nietzsche seria um néscio da objetividade. Por quê? O amor ao pensamento que o filósofo tanto cultivava estaria em risco com a alta da amoralidade e da imoralidade. O “quase pastor” luterano não contava no futuro com advento da televisão e da internet e junto com ela a pesada carga de alienação gratuita. O que são todas essa “cargas” senão amoralidades? Elas são naturais, mas em contrapartida são maléficas ao pensar. Nietzsche estaria em apuros no ano de 2010.
A moral é imprescindível ao ser humano. Em doses corretas faz o homem se desenvolver e evita a hipnose midiática. Talvez em 2010 vaticinado por Kiko e com novas idéias, um aquiescente Nietzsche falasse, “A moral é antinatural…, mas faz um bem danado”.
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